GCM que matou secretário-adjunto de Osasco é transferido para a P2 de Tremembé, SP
08/01/2025
Henrique Marival de Souza foi preso em flagrante na sede da prefeitura de Osasco na última segunda-feira (6). O agente atirou em Adilson Custódio Moreira após descobrir mudanças em sua escala de trabalho. Um GCM atirou no secretário adjunto de segurança, Adilson Moreira na Prefeitura de Osasco na Grande São Paulo,.
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O guarda civil Henrique Marival de Souza, que matou o secretário-adjunto de Segurança de Osasco, Adilson Custódio Moreira, na sede da prefeitura da cidade, foi transferido na tarde desta quarta-feira (8) para a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
O g1 apurou que o detento deu entrada na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado por volta das 13h50. O local é conhecido por abrigar presos em casos de grande repercussão, como o ex-jogador Robinho.
Em procedimento padrão da unidade prisional, Henrique ficará isolado dos outros presos. Ele será colocado sozinho em uma cela de cerca de oito metros quadrados, onde passará o período de inclusão.
Após o período de adaptação, que pode durar até 20 dias, ele deve ser introduzido a uma cela comum. Durante o isolamento, o banho de sol também é separado dos demais detentos.
A Justiça de São Paulo havia decretado nesta terça-feira (7) a prisão preventiva do guarda civil. O autor foi preso em flagrante na noite da última segunda-feira (6), após se entregar aos policiais. Com ele, foram apreendidas uma pistola 40 e uma arma de brinquedo, segundo o boletim de ocorrência.
Henrique passou por audiência de custódia ainda nesta terça-feira (7), por volta das 11h20, quando a prisão foi convertida em preventiva.
Ao g1, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou que Henrique deu entrada nesta quarta-feira (8) na Penitenciária II de Tremembé.
O g1 tenta contato com a defesa do GCM. A matéria será atualizada caso os advogados se manifestem.
Câmera no uniforme da PM registrou rendição de GCM que matou secretário em Osasco, em SP
O crime
O secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, foi morto a tiros por um guarda-civil municipal na tarde de segunda-feira (6) na sede da prefeitura da cidade, na Grande São Paulo.
Adilson havia marcado uma reunião com guardas-civis municipais da cidade para discutir a estrutura da corporação no novo governo. A reunião ocorria na Sala Oval, o principal espaço para encontros da prefeitura, ao lado da Secretaria de Governo e do gabinete do prefeito Gerson Pessoa (Podemos), que não estava no prédio.
Houve uma discussão entre o secretário-adjunto e o guarda Henrique Marival de Souza, que sacou a arma e fez disparos. Os demais guardas-civis saíram correndo, e o agressor trancou a porta.
O guarda ficou trancado por cerca de duas horas na Sala Oval, e o Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) negociou para que ele se entregasse. A Prefeitura de Osasco disse ainda que o guarda manteve o secretário-adjunto como refém, trancou as portas de acesso e montou barricadas.
Henrique se entregou por volta das 19h30 e foi levado preso à delegacia seccional de Osasco. Em 2017, o guarda foi elogiado pelo comandante da GCM por sua atuação em uma ocorrência com motociclistas.
Adilson Custódio Moreira trabalhou na Prefeitura de Osasco por oito anos. Entrou com o ex-prefeito Rogério Lins e foi mantido pelo novo gestor, Gerson Pessoa.
Os corredores da prefeitura foram interditados para os trabalhos das polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal e os demais funcionários foram orientados a deixar o prédio. No entorno, diversas ambulâncias e carros da polícia e dos bombeiros acompanharam a ocorrência.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública lamentou "a morte do secretário-adjunto da Segurança do município de Osasco, que foi mantido refém por um guarda civil, na sede da Prefeitura, na tarde desta segunda-feira (6). O autor do crime se entregou após negociações do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), da Polícia Militar. Ele será encaminhado ao 5º Distrito Policial da cidade, onde será ouvido e indiciado. Exames periciais foram solicitados e mais informações serão fornecidas após o registro do boletim de ocorrência."
O prefeito de Osasco, Gerson Pessoa, decretou luto oficial de três dias na cidade em virtude da morte do secretário-adjunto.
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